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Praticar o consumo consciente é responsabilidade de todos


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É sabido que os recursos naturais no Brasil são abundantes, especialmente a água doce. Mas tal abundância de água, com o passar das décadas, está sendo revista, pois a oferta não é perene o ano todo e varia de região para região. A luz solar, outro bom recurso disponível por aqui para a geração de energia, tem intensidade diferente em cada região. Por isso, para aproveitá-la bem, grandes parques solares devem ser construídos em locais com muita incidência de raios de sol, para que seja aproveitada durante as quatro estações do ano. Um investimento e tanto. Já os alimentos, igualmente fartos, não devem ser desperdiçados, afinal fazem parte de uma cadeia complexa, dependendo do tipo e do lugar. Em comum, todos eles, precisam ser cuidados e preservados. O ideal é que em tudo que façamos o consumo seja consciente, sem desperdício, sem exagero, sempre pensando no bem da sociedade como um todo.
Voltando à água, o Brasil, maior país da América do Sul, é abastecido por muitos rios, o que proporciona boa quantidade de centrais hidrelétricas, principalmente as pequenas centrais hidrelétricas (PCH). A diferença entre as duas é que, em vez de grandes reservatórios de água represada, as pequenas utilizam o fluxo de um rio para gerar a energia, sem a necessidade de represamento. Nas maiores, na época de cheia, parte da água acumulada escoa pelo vertedouro sem gerar energia, pois todas as turbinas da hidrelétrica já estão comprometidas com a geração, ou podem estar em manutenção. Nas PCHs a água que chega é a que vai movimentar as turbinas e, caso seja uma época de pouco fluxo de água, a geração é significativamente comprometida.
Pela extensão do país, existem diferenças climáticas significativas e épocas de seca também. Isso faz com que seja necessário haver geração de energia hidrelétrica espalhada por todo o território, já que, quando temos seca no Sudeste, não temos no Norte, e vice-versa, por exemplo. Essa geração de energia espalhada faz parte do Sistema Interligado Nacional (SIN), mas estão disponíveis alguns sistemas isolados. O SIN e os sistemas isolados são coordenados pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), sob a fiscalização e regulação do governo via Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Por conta da existência do SIN, a energia consumida na cidade de São Paulo pode ter sido gerada no próprio estado ou em qualquer outro.
Como estamos nos aproximando de uma época crítica no Sudeste brasileiro, onde a geração de energia elétrica começa a diminuir devido à estiagem e, além de a água ser utilizada para a geração de energia, é imprescindível para o consumo humano, precisamos nos preocupar. E, mesmo tendo outras fontes de geração de energia, como usinas térmica, eólica, nuclear e solar, produzir energia elétrica por meio delas é mais caro. Sem contar os impactos ambientais nas usinas térmicas e nucleares que também preocupam.
Então, atenção: quanto menos energia for gerada no Sudeste, que é uma região populosa do país, maior será o fornecimento de outras regiões, causando um desequilíbrio de consumo no SIN, podendo, inclusive, devido a alguma pequena falha no sistema, evoluir para um apagão. Logo, precisamos usar com muita, mas muita responsabilidade. É mandatório nos preocuparmos com o consumo consciente da água, afinal é um recurso que nos proporciona a vida e gera energia limpa. A falta da energia elétrica é impactante em nosso dia a dia. Temos que colaborar com o país.

Nelson Volyk é engenheiro eletricista e gerente de Engenharia de Produto da SIL Fios e Cabos Elétricos.

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